terça-feira, 10 de setembro de 2013

Doenças na Tireoide


Redução de iodo no sal pode diminuir casos de doenças 
na tireoide



O Brasil era um dos poucos países a adotar a adição do nível máximo de iodo ao sal, como forma de prevenir o bócio, doença caracterizada pelo aumento do volume da glândula tireoide, também conhecida como “papo”.

 Com as mudanças no padrão de vida e de alimentação dos brasileiros, a necessidade dessa complementação alimentar foi reconsiderada e os novos padrões determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) reduzem o teor máximo permitido de 60 para 45 miligramas por quilo.

 Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros consomem em médio cerca de oito gramas de sal por dia. A organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para populações que ingerem em torno de 10 gramas de sal por dia que a iodação do produto seja na faixa entre 20 e 40 miligramas por quilo.

 A ingestão excessiva desse nutriente pode desencadear, por exemplo, o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. Essas doenças autoimunes resultam de uma espécie de defeito no sistema imunológico. O organismo passa a reconhecer a glândula tireoide como um invasor e aciona a defesa do organismo (anticorpos) para destruí-la.

O endocrinologista Rodrigo Fóscolo chama a atenção para o fato de que “O iodo não é um causador do processo, mas um acelerador”. Professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina e chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da UFMG ele ensina que analisar o histórico familiar é uma das formas de identificar essas doenças em quem já tem predisposição.

Se há pessoas na família com problemas na tireoide, há mais chances desse indivíduo também ter, principalmente as mulheres, adverte Fóscolo, destacando que grande parte das doenças tireoidianas acomete mulheres.

 “A redução da quantidade de iodo no sal não significa que seu consumo esteja liberado”, adverte a nefrologista Rosângela Milagres, também professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, chamando a atenção para a hipertensão.

A médica ensina que a maioria dos pacientes com hiper ou hipotireoidismo são hipertensos, mas devido a sua resistência vascular periférica. Outra substância, o sódio, do sal, atua no aumento da resistência vascular, e que é o que eleva a pressão sanguínea.

ENTENDA MELHOR DISFUNÇÕES DA TIREOIDE

Causado pela tireoidite de Hashimoto, o hipotireoidismo é uma inflamação que, aos poucos, pode destruir a glândula tireoide. Dentre os sintomas, pele seca, intestino preso, batimentos cardíacos mais baixos, lentidão mental. “A pessoa fica toda devagar, em câmara lenta” explica Rodrigo Fóscolo. Porém, com o uso correto de medicamentos prescritos pelo médico, o paciente pode recuperar os mesmos níveis de hormônio tireoidiano de uma pessoa que não porta a doença. Já no hipertireoidismo, a glândula produz hormônios em excesso, e seu tratamento pode ser até mais fácil. “Os sintomas envolvem um comportamento mais acelerado, com o aumento de sudorese, coração disparado, a pessoa fica agitada, hiperativa”, afirma a endocrinologista.

Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte, 09/08/2013
(Notícia publicada no Saúde Informa, da Faculdade de Medicina da UFMG)

________________________________
Assessoria de Comunicação Social
Faculdade de Medicina da UFMG

Assessores de Imprensa: 
Marcus Vinicius dos Santos (Manhã)
Mariana Pires (Tarde)

Contatos:
(31) 3409 9133 ou 3409 9165 (Geral)
jornalismo@medicina.ufmg.br
http://www.medicina.ufmg.br/noticias

Nenhum comentário:

Postar um comentário